Saúde e doença do organismo social
Minha intenção com o presente texto é destacar um aspecto específico dentro da Trimembração do Organismo Social, a concepção sociológica de Rudolf Steiner (1861-1925) lançada em 1918. A principal referência sobre o tema gira em torno das esferas espiritual, jurídica e econômica da sociedade. Durante minha pesquisa em ciclos de palestras de Rudolf Steiner (1861-1925) a respeito do organismo social, encontrei também uma outra abordagem trimembrada.
Não foi à toa a escolha pela palavra organismo para se referir à sociedade ou ao conjunto de relações humanas que se estabelecem como um todo. Por detrás da palavra organismo, há uma intenção de indicar um modo de compreensão do fenômeno social. Com o intuito de superar as tendências materialistas da ciência, Rudolf Steiner amplia sua missão biográfica ao deixar um legado desafiador: a compreensão da vida social a partir da Geisteswissenschaft, da ciência do espírito, termo usado também correntemente nas universidades do âmbito linguístico germânico para designar as ciências humanas.
Um paralelo entre o organismo social e o organismo fisiológico - um ser vivente, seja planta, animal ou ser humano - aponta para o fator vida, possibilita a analogia entre saúde e doença, fenômenos que promovem ou ameaçam a vida de um organismo. As atividades de um ser vivente e suas interações com o ambiente podem se direcionar para uma salutogênese, para a geração de saúde, ou para uma patogênese, para a geração de doença. Rudolf Steiner propõe um olhar diferenciado sobre os fenômenos sociais, associando a necessidade de compreensão da qualidade nas relações humanas. Assim como alguém versado no conhecimento médico pode diagnosticar o estado saudável ou não de um ser humano, Steiner diagnostica a sociedade humana ocidental, entre a herança cultural do século XIX e as circunstâncias das duas primeiras décadas do século XX.
A Trimembração do Organismo Social é um diagnóstico, uma leitura de Steiner sobre a qualidade de vida da sociedade, um alerta para um entendimento mais profundo da situação calamitosa do pós-guerra em 1918 e 1919, uma indicação para correções de tendências patogênicas coletivas, um conjunto de encaminhamentos para um futuro melhor a partir de posturas sociais salutogênicas.
Estamos mais acostumados ao vocabulário médico para entendermos os mistérios da saúde humana, afinal, a ameaça à vida é acompanhada por palavras como bactérias, vírus, infecção, contaminação, câncer, etc. O conhecimento geral de um cidadão comum no século XXI sobre os fatores causadores de doença é muito melhor do que um cidadão comum do século XIX, graças ao avanço da medicina e da atual disseminação do conhecimento médico à população. Mas em relação ao organismo social, qual seria o principal fator causador das doenças sociais? Tenho certeza que obteríamos as mais distintas respostas dependendo a quem perguntássemos. A sociedade pode ser analisada sob o ponto de vista do positivismo, do materialismo dialético e de outras vertentes científicas. Acho até que esse debate não teria fim. No entanto, os problemas da sociedade precisam de resposta, de atitudes que levam a soluções. Os conflitos sociais giram em torno dos parâmetros do certo e errado, melhor e pior, saudável e doentio, normal e anormal. Esses parâmetros variam conforme a cultura, o povo, a época, a cosmovisão. O que era considerado normal no século XVIII, deixou de sê-lo na atualidade, e a recíproca é verdadeira, muito do que hoje consideramos normal, seria visto ao olhar epocal dos séculos XVIII ou XIX como anormal. Se problemas ou doenças requisitam respostas ou solução, nossas tentativas de remediá-los podem seguir duas direções: a de uma verdadeira solução ou cura, ou a de causar ainda mais outros problemas.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), em suas análises da sociedade, também emprestou o jargão médico para caracterizar fenômenos sociais. Há doenças que são caracterizadas como iatrogênicas, causadas por uma terapia ou tratamento, ou seja, quando o remédio (iatro em grego) é o próprio gerador (gênese) de uma doença. O pensamento sociológico de Bauman (2001) alerta para problemas sociais atuais que são oriundos de políticas sociais implementadas no passado. As tentativas de solução, o remédio ou o tratamento, são as causas de novos problemas sociais. O século XXI é permeado de doenças sociais iatrogênicas, resultado das intervenções pretéritas.
Um indivíduo humano possui uma biografia, uma sociedade possui sua história. No mesmo ano em que propôs a Trimembração do Organismo Social, Rudolf Steiner (1982) também lançou o desafio de olharmos a evolução das sociedades no tempo – a história - tendo como ponto de partida a ciência do espírito orientada pela Antroposofia. Ele destacou a necessidade de uma sintomatologia histórica. A perspectiva de ver a história da humanidade ou das diferentes sociedades humanas como um conjunto de sintomas empresta mais uma vez um vocábulo comum da área médica. Um organismo humano individual tem uma biografia, um organismo social tem uma história e aprendemos muito olhando no decurso temporal para os seus sintomas.
Como Rudolf Steiner viu os sintomas histórico-sociais de seu tempo?
Ele usou três termos para designar os sintomas de uma doença trimembrada do organismo social: palavreado, convenção e rotina. O ponto de partida foi a esfera espiritual da sociedade, que na concepção de Steiner diz respeito à ciência, educação, filosofia, religião, às artes. Como uma espécie de sintoma-matriz, a doença social tem seu núcleo no uso superficial, despropositado e irresponsável (sem sentido) da linguagem humana. Em alemão, Steiner usou Phrase para descrever esse sintoma. Devido ao cognato, em algumas traduções para o português aparece simplesmente como frase. São três os sentidos de Phrase em alemão: gramatical, musical e de modo de emprego linguístico. Para os dois primeiros, cabe a tradução direta como frase. Para o terceiro sentido, afinado ao contexto dos textos e palestras de Steiner, a melhor tradução é palavreado.
No dicionário de língua alemã, Phrase é definido como afirmação sem sentido, ou declaração desgastada pelo uso frequente. O palavreado é oriundo de uma vida espiritual e anímica que perdeu seu conteúdo (STEINER, 1985, p.135). Palavreado quer dizer uma conversa ou um discurso com um conjunto de palavras desconexas, ou sem importância. Na língua portuguesa temos outras opções para o mesmo significado. Palavrório, palanfrório e bolodório são terminologias sinônimas de palavreado, porém, raramente utilizadas. Contudo, a intenção de Steiner não é meramente apontar para o palavreado do senso comum, nas situações corriqueiras da vida. Há um outro palavreado que pode se apresentar de modo sofisticado, com “roupagem” erudita, mas que distorce a conexão [Zusammenhang] original entre a palavra e a coisa. Ciente dos desdobramentos na Modernidade da vitória do nominalismo sobre o realismo no final da Idade Média, ele se referia à aplicação descontextualizada e generalizada de palavras cuja conceitualidade era de cunho materialista. Além disso, há uma consequência na falta de qualidade no uso das palavras. “Porque o palavreado não conecta o contexto da palavra com o conteúdo, então a palavra se torna facilmente portadora da mentira na era do palavreado. Um caminho direto conduz do palavreado para a mentira” (STEINER, 1983, p.96).
Expressando de outro modo, palavreado é a comunicação vazia que mantém os seres humanos numa sonolência anímica. O palavreado é um conjunto de palavras sem conteúdo que não despertam a consciência das pessoas. “Por não termos uma vida espiritual independente, desenvolvemos o materialismo em grande escala, na área da vida espiritual desenvolvemos o domínio mundial do palavreado, que ainda está oculto para muitas pessoas que aí dormem animicamente” (STEINER, 2005, p.40). Mesmo quando o assunto é a espiritualidade, o que está em jogo é a doença social que se revela no uso das palavras sem saber o seu sentido.
Assim, as pessoas querem que o palavreado sobre o espírito seja repetido indefinidamente: espírito, espírito e espírito! Mas não se trata disso, o ponto é que o espírito se mostra, o espírito se prova capaz de realmente configurar os fatos. No fundo, essas pessoas que ficam falando continuamente sobre o espírito sem querer indicar de forma alguma a realidade desse espírito são as maiores pragas. Pois elas falam, na verdade, apenas no sentido de uma ideologia - e não do espírito. (STEINER, 1980, p.28)
Vale destacar que no século XX a preocupação com a decadência da linguagem também envolveu o filósofo Martin Heidegger (1889-1976). O ser humano abarcado pelo fenômeno da alienação é mobilizador apenas de um falatório, de uma verborragia. Heidegger (2005, p.227-235) adotou a palavra Gerede para assinalar a conversa desnecessária, sem sentido, que desvia o ser humano da possibilidade de transformar em sabedoria suas vivências cotidianas. Os discursos sem sentido [Gerede] são sinônimos de tagarelice [Geschwätz], termo este que Steiner também associa ao palavreado [Phrase]. O vazio, a desconexão de uma linguagem desorientada e desorientadora permanece como cerne de um problema no organismo social. A profusão de frases inúteis ou sem sentido é uma logorreia. Ao diagnosticar o palavreado como principal sintoma da esfera espiritual da sociedade, a solução se encontra na cura de uma linguagem portadora de sentido e catalisadora de consciência. “Que tipo de remédio existe contra esse domínio mundial do palavreado? Única e exclusivamente a aquisição de um novo conteúdo espiritual, de um conteúdo espiritual consciente” (STEINER, 1983, p.88).
A alienação na linguagem é uma ausência do pensar. O cotidiano nos oferece inúmeras experiências, tornar essas experiências enriquecidas é papel do pensar, através do pensar as experiências passam pelo crivo da internalização e da individualização, de uma apropriação. O palavreado é um desvio, uma tentativa de fuga do destino ou anestesia em relação ao mesmo. A linguagem permeada pela ativação dos pensamentos próprios é um processo de cura, um real aproveitamento do que a vida proporciona.
O palavreado, oriundo da esfera espiritual da sociedade, pode se intensificar e irradiar para as outras esferas sociais, a jurídica e a econômica. Assim como o palavreado é uma anulação do pensar próprio, as convenções são uma anulação do sentir próprio e a dormência no âmbito do querer se torna rotina no organismo social, atingindo a vida econômica.
No âmbito das relações sociais, no lugar de uma real democracia, na esfera jurídica, no lugar de um efetivo direito nas relações humanas, o que se apresenta são convenções. “Em vez de uma vida comum jurídica, em vez de uma vida jurídica real nascida da interioridade do ser humano, ela se tornou uma vida de convenção [Konvention]” (STEINER, 1983, p.248). Nas relações humanas, na vida em comum, temos o ideal da igualdade, as relações de trabalho, que não deveriam ser orientados por meras convenções, mas pela capacidade individual de julgamento de toda pessoa que se tornou emancipada (STEINER, 1985, p.83).
Em seus ciclos de palestras sobre a Trimembração do Organismo Social, Steiner reitera a expressão a respeito de “toda pessoa que se tornou emancipada” para se referir a uma pré-condição da vida jurídico-democrática. Uma peculiaridade da língua alemã para designar a emancipação ou a maioridade como Mündigkeit, preserva a origem em Mund, que é boca, de onde saem as palavras. Num sentido simbólico, Mündigeit atrela o significado de saber fazer uso da palavra. Então há uma conexão sutil entre a possibilidade de uma real democracia entre pessoas emancipadas [mündige Menschen], amadurecidas e responsáveis, cuja expressão oral (boca, palavra) possui coesão, nexo e sentido. O palavreado, como origem de um aspecto patogênico do organismo social, deriva em convenções, numa dormência do sentir, na aceitação passiva de relações humanas que não possuem verdadeiro sentido. Parece-me que o conceito de convenção por Steiner foi abordado pelo filósofo Theodor Adorno (1903-1969) como subjetivação da impotência, ou seja, como o conjunto de relações sociais que não se transformam mais ao incorporar a estagnação de contextos objetivos.
De qualquer modo, a ideologia dominante hoje em dia define que, quanto mais as pessoas estiverem submetidas a contextos objetivos em relação aos quais são impotentes, ou acreditam ser impotentes, tanto mais elas tornarão subjetiva esta impotência. Conforme o ditado de que tudo depende unicamente das pessoas, atribuem às pessoas tudo o que depende das condições objetivas, de tal modo que as condições existentes permanecem intocadas. Na linguagem da filosofia poderíamos dizer que na estranheza do povo em relação à democracia se reflete a alienação da sociedade em relação a si mesma. (ADORNO, 2014, p.36)
Em relação à rotina como sintoma do organismo social, temos a crítica de Charles Chaplin em Tempos Modernos, filme de 1936. A rotina induz a uma mecanização e automatização do querer, ou seja, a uma anulação do querer individual. A rotina como sintoma na economia pode ser também compreendida por todas as transações e procedimentos que envolvem o ser humano, onde a atividade é meramente automatizada. Isso se reflete no embate entre os ideais humanos ecológicos e a exploração desenfreada e inescrupulosa da natureza, entre os ideais de uma sociedade mais justa e a exploração humana. Afinal, o ser humano deve servir à sobrevivência do sistema econômico, ou é o sistema econômico que dever servir à humanização da sociedade e à humanização da relação dos seres humanos com a natureza?
O palavreado é a ausência da atuação do espírito no pensar, a convenção a ausência no sentir e a rotina a ausência no querer. A doença social é trimembrada, o palavreado na vida cultural é o centro irradiador que se torna convenção na vida jurídica e rotina na vida econômica. Rudolf Steiner diagnostica a gênese dessa doença trimembrada no Ungeist, que é uma mentalidade [Gesinnung] destruidora de sentido e corrosiva à evolução dos fenômenos sociais. Em contraposição ao Ungeist, ele propõe a renovação social através do Geist, de um novo conteúdo espiritual consciente que proporcione sentido e coerência à vida humana social e individual.
No sentido dessa salutogênese social, a recuperação do poder da palavra entre nexo, propósito e significado torna-se crucial frente ao domínio do palavreado [Phrase] ou do falatório [Gerede]. No palavreado, o espírito humano deixa de viver no pensar (esfera espiritual), na convenção ele deixa de atuar no sentir (esfera jurídica) e na rotina deixa de estar presente no querer (esfera econômica). Depois do diagnóstico social de Steiner, temos pouco mais de um século de desdobramentos desses três sintomas. Uma atitude salutogênica seria uma revisão consciente da qualidade de inserção individual no tecido social, quanto ao nível de consciência no pensar, sentir e querer.
A criação de nexo, propósito e significado no uso das palavras é um elemento central da salutogênese social. O conceito e o discernimento entre o que é saudável ou não em termos de organismo social é crucial para o estabelecimento de alianças. Em todos os níveis das vivências sociais, as relações humanas podem ser revisadas para nos tornarmos conscientes do quão o palavreado, as convenções e as rotinas estão imperando ou não. Gostaria de ilustrar com um exemplo da minha experiência pessoal com esses três sintomas.
Sou professor universitário e atuo na rede pública do ensino superior. Atendo principalmente à formação de futuros professores, estudantes que estão se licenciando tanto em carreiras docentes das ciências humanas, quanto das ciências exatas. Corriqueiramente deparo-me com expressões dos estudantes que apontam para o seguinte juízo de valor: que a titulação de bacharelado seria superior ou melhor, em suas áreas de conhecimento, do que a licenciatura. Primeiramente, minha reação interna era de que essa afirmação não fazia sentido algum, porém, escutei esse tipo de assertiva inúmeras vezes. Em meu diagnóstico, toda e qualquer argumentação para estipular um status superior do bacharel em relação ao licenciado é o mais crasso palavreado. Estou ciente de que nem todo mundo concordaria com isso. Justamente aqui reside o problema do conceito do que é saudável ou não, considerado socialmente. O problema é que esse tipo de discurso é repetido sempre. Pergunto aos estudantes de onde provem tal certeza e eles respondem que escutam dos próprios professores responsáveis pela sua formação. Ou seja, há indícios que isso está incorporado em camadas mais profundas, agregando até uma questão de herança cultural entre gerações distintas de docentes. Os atuais docentes reproduzem um juízo de valor, paradoxalmente autopejorativo, herdado de seus próprios processos formativos pretéritos.
A questão não paira somente num conflito entre conceitos. Como de fato os licenciandos se sentem inferiores aos bacharéis, constato o efeito do que são as convenções sociais. Essa é uma camada mais profunda, pois não reside meramente no discurso. A convenção é uma aceitação passiva de sua própria anulação. Ela parte de um entendimento distorcido do papel social dos educadores. A função educacional sempre foi, é e sempre será nobre e embebida de dignidade, pois ela trabalha em prol da transformação do fenômeno mais complexo que há na face da terra, o ser humano. No entanto, essa nobreza (no sentido filosófico e não de classe social) e dignidade dos educadores é encoberta pelo palavreado. O discurso que distorce, desorienta e descontextualiza o verdadeiro papel educativo é o mais puro palavreado. O perigo dele é o convencimento de uma suposta inferioridade numa função social, um convencimento oriundo de uma convenção. A convenção convence. A força da convenção pode ser medida pelo quão cada estudante já absorveu essa mentalidade, essa subjetivação da impotência. No entanto, apenas o alerta sobre esse sintoma não é suficiente, pois ele já está entranhado rotineiramente num modo de agir. Adoto um conceito lato na associação entre rotina e educação, assumindo que o trabalho docente gera um produto, sua palavra falada ou escrita, transacionada em sala de aula, espaços educativos e meios impressos ou eletrônicos. Então, assumo como educador e formador de docentes o seguinte princípio: o nexo, o propósito e o significado do educar não cabem em comparações fortuitas com outras funções sociais, no que tange à emissão de juízos de valores. O lugar da educação é único no organismo social.
A salutogênese social é uma inversão de direção dos processos sociais patogênicos. Um novo conteúdo espiritual consciente precisa ser criado por nós e irradiado para o tecido social. A inversão de um processo patogênico é um convite para que outras pessoas também participem dessa corrente salutogênica. Assumindo um outro emprego qualitativo das palavras, o discurso humano se liberta do palavreado. Um discurso impregnado de coerência rompe com os convencionalismos, permitindo que a força de regulação das relações humanas (direito) seja configurada pelo espírito humano. O novo conteúdo espiritual que irradia de um discurso coerente permite a revisão transformadora dos procedimentos e atos sociais.
* O texto pode ser reproduzido desde que citada a fonte.
Para referências em citações segundo a ABNT: BACH JUNIOR, Jonas. Saúde e doença do organismo social. Editora Lohengrin, Curitiba, 16 de set. de 2020. Disponível em <https://www.editoralohengrin.com.br/organismo-social>. Acesso em: [data do seu acesso]
Referências Bibliográficas
ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 2014.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Universidade São Francisco: 2005.
STEINER, Rudolf. Die soziale Frage als Bewußtseinsfrage. Acht Vorträge, gehalten in Dornach zwischen dem 15. Februar und 16. März 1919. Dornach (Suíça): Rudolf Steiner Verlag, 1980.
STEINER, Rudolf. Geschichtliche Symptomatologie: Neun Vorträge, gehalten in Dornach vom 18. Oktober bis 3. November 1918. Dornach (Suíça): Rudolf Steiner Verlag, 1982.
STEINER, Rudolf. Vom Einheitsstaat zum dreigliedrigen sozialen Organismus. Elf öffentliche Vorträge gehalten in Basel, Zürich und Dornach zwischen dem 5. Januar und 6. Mai 1920. Dornach (Suíça): Rudolf Steiner Verlag, 1983.
STEINER, Rudolf. Gedankenfreiheit und soziale Kräfte. Die sozialen Forderungen der Gegenwart und ihre praktische Verwirklichung Sechs öffentliche Vorträge mit einem Schlußwort, gehalten zwischen dem 26. Mai und 30. Dezember 1919 in Ulm, Berlin und Stuttgart. Dornach (Suíça): Rudolf Steiner Verlag, 1985.
STEINER, Rudolf. Die Krisis der Gegenwart und der Weg zu gesundem Denken. Zehn öffentliche Vorträge, gehalten in Stuttgart zwischen 2. März und 10. November 1920. Dornach (Suíça): Rudolf Steiner Verlag, 2005.